quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Famílias invadem terrenos em Quixadá

Mais famílias estão ocupando áreas públicas em Quixadá. Parte delas começou a construir suas casas ao lado de uma estação de tratamento de esgoto da Cagece, no mutirão do Campo Velho, uma área habitacional popular da cidade fotos: alex pimentel
Quixadá. Seis meses após a ocupação de áreas públicas em Quixadá, mais famílias usam a mesma estratégia em busca de moradia. Aproximadamente 50 delas celebraram o Natal com a esperança de conquistarem uma casa própria. Parte delas começou a construir suas casas ao lado de uma estação de tratamento de esgoto da Cagece, no mutirão do Campo Velho, uma área habitacional popular da cidade. Outras invadiam um terreno de área pública municipal, destinado à construção de uma praça. Famílias marcaram inclusive alguns lajedos, com cal, limitando suas áreas de construção. O clima ficou tenso nos dois terrenos. Havia rumores de ordem de desocupação e de derrubada das alvenarias já levantadas.

Segundo moradores mais antigos do espaço habitacional, que pediram para não terem seus nomes revelados, parte dos invasores já possui casa para morar. No bairro, com mais de 500 moradias populares, muitas foram negociadas por quem adquiriu o imóvel por programas sociais, embora seja proibido, comentou uma moradora, revoltada com a estratégia utilizada pelos invasores para se beneficiarem ilicitamente. Alguns, inclusive, são proprietários de pequenos comércios e até moram em outros bairros, mas os fiscais da Prefeitura não inibem esse tipo de esquema, acrescentou sem se expor, com medo de represálias.

Dessa vez o secretário de Desenvolvimento Urbano do Município, Carlos Vitorino Cavalcante, mais conhecido como "Carlinhos", esteve no local da praça. Apesar de estar deixando a administração no fim deste ano, ele fez questão de advertir aos invasores da adoção de medidas legais e jurídicas para a reintegração da área. No encontro com o grupo, que se autodenominava "sem teto", o secretário esclareceu haver um programa de cadastramento para famílias sem moradia no município. Quem não possui casa própria está sendo incluído no projeto, explicou.

No mês de julho a presidenta da Fundação de Geração de Emprego Renda e Habitação Popular (Fungeth), Gislane Grangeiro, anunciou a construção de 1.448 casas com área construída padrão de 36m², em terreno a ser definido entre 125m² a 150m². Estão assegurados R$ 18 milhões, por meio de convênio com o Governo Federal e a Caixa econômica para execução do projeto. Ela reconheceu a carência de pelo menos mais 3 mil moradias populares na cidade. Também destacou a necessidade da realização de uma fiscalização rigorosa quanto à negociação dos imóveis adquiridos por famílias consideradas carentes. Quem foi cadastrado e recebeu sua casa não terá direito a outra por programas sociais.

Entretanto, as famílias estão crescendo. Alguns filhos dela já formaram união e têm filhos. Estão todos acomodados em um vão com pouco mais de 12m². Segundo a lavadeira, a vizinhança também reclamava da sujeira na área da Cagece. Além de muito lixo até animais mortos eram despejados no terreno. Alguns moradores se uniram e realizaram um mutirão de limpeza.

Por meio de sua assessoria, a Cagece informou ter notificado as autoridades policiais. Também pretende ingressar com medidas legais cabíveis para a desocupação do terreno com cerca de 680 m² de área, onde, além da Estação de Tratamento de Esgoto em funcionamento, murada, existem decanto-digestores (estruturas enterradas), onde as fossas são despejadas. Ao lado, estão sendo construídas 12 casas. O local fica situado no entorno do Açude do Euripedes.

Alex PimentelColaborador
informaçoes:  http://diariodonordeste.globo.com